A UNE vem sendo vítima de um pedido de CPI, feito por parte de um grupo de políticos conservadores, com o intuito de deslegitimar a instituição e suas atividades. O motivo que os levou a entrar com esse pedido contra a entidade é tentar calar a opinião da UNE, que se posiciona fortemente contra projetos que ferem os interesses dos estudantes e da juventude brasileira.
A onda reacionária que está em ascensão, não apenas no Brasil, mas também no continente e no mundo, coloca em risco as conquistas sociais, os direitos individuais, trabalhistas, humanos e a segurança da democracia. São os mesmos setores que querem entregar o Brasil e seu patrimônio nacional como o petróleo, o minério e até mesmo a saúde, a educação e a cultura. Os que querem calar a UNE são aqueles mesmos que não se preocupam com o desenvolvimento do Brasil.
- Criacionismo nas escolas
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) é conhecido por criar projetos polêmicos em relação à educação e aos direitos humanos. Critica o ensino da teoria evolutiva de Darwin nas escolas e sugere que a teoria ensinada deve ser a criacionista, ou seja, a ciência de acordo com a sua própria religião, ferindo o princípio do Estado laico.
O Projeto de Lei 8099/2014, de autoria de Marco Feliciano diz que “Os conteúdos referidos neste artigo devem incluir noções de que a vida tem sua origem em Deus, como criador supremo de todo universo e de todas as coisas que o compõe”. Também é autor do PL 1021/2011, que criava o “Programa Nacional Papai do Céu na Escola”. O texto do projeto diz: “Queremos ver os filhos desta Nação olhando para a imensidão do cosmos e dizendo: HÁ UM PAPAI DO CÉU QUE CUIDA DE NÓS”.
- Inimigo da educação
Feliciano também se opôs ao Plano Nacional de Educação (PNE), sendo um dos responsáveis por retirar do texto as iniciativas para promover a igualdade de gênero e o combate aos preconceitos nas escolas.
- Direitos das mulheres
Seus projetos de lei não afetam somente a educação, mas também os direitos humanos, especialmente das mulheres e da população LGBT. É de sua autoria, junto com o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), o PL 6055/2013, que revoga Lei nº 12.845, que “dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral às pessoas vítimas de violência sexual”.
- Homofobia
Conhecido por declarações de intolerância, considera que a população LGBT é doente e foi um dos principais defensores do projeto de lei que autoriza a chamada “cura gay”, considerada uma medida de violência pelo Conselho Federal de Psicologia.
- Corrupção
O deputado também está sendo acusado de pagar com dinheiro da Câmara dos deputados cinco pastores de sua própria igreja, chamada "Catedral do Avivamento", sem que eles cumpram expediente em seu gabinete em Brasília nem em seu escritório político em Orlândia, cidade natal do deputado, no interior de São Paulo.
- Racismo
Em 2011, o deputado publicou em sua página no Twitter que “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé”. Na época Feliciano foi duramente criticado por sua declaração racista e se justificou usando trechos da bíblia e reafirmou o que disse em outras ocasiões.
- Corrupção e outros crimes
Colega de Feliciano na bancada fundamentalista, o presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que manobrou para aprovar a CPI da UNE, é hoje o deputado mais odiado do país. É acusado de ter recebido mais de R$ 50 milhões em propina, de ser dono de nada menos que nove contas milionárias no exterior para a lavagem de dinheiro, da utilização de parentes como laranjas de seus esquemas, de ameaça e intimidação a adversários, além de utilizar o seu poder para atrapalhar investigações e obstruir a Justiça, acusações sob as quais ele foi afastado do cargo de presidente da Câmara pelo STF.
- Ódio às mulheres
É de Eduardo Cunha o Projeto de Lei 5069/2013, que restringe o atendimento médico a mulheres que sofreram violência sexual. O projeto prevê, entre outras atrocidades, que as mulheres vítimas de estupro só poderão receber atendimento hospitalar depois de ter dado registro de queixa na polícia e exame de corpo de delito realizado no Instituto Médico Legal. De acordo com o projeto, só será considerada violência sexual os casos que tenham resultado em danos físicos e psicológicos. Ele também pediu a derrubada da legislação que autoriza mulheres estupradas a interromperem o processo de gestação.
- Ódio à juventude
Eduardo Cunha manifestou o seu ódio pela população jovem, principalmente negra e das periferias, com a sua obsessão pela aprovação do projeto de redução da maioridade penal. Tratou o tema como prioridade, na frente de outras pautas como a educação, a cultura e o lazer da juventude. Durante a votação do tema na Câmara, chegou a ser derrotado em uma sessão com forte participação da UNE. Naquele momento foi duramente criticado pelos estudantes. No entanto, realizou uma manobra ilegal para votar novamente o projeto no dia seguinte e aprová-lo a força.
- Dinheiro de empresas para políticos
Outra guerra da UNE e dos movimentos contra Cunha foi travada no tema da reforma política. Contra a maioria da opinião pública, o deputado defendeu com unhas e dentes a manutenção do financiamento das empresas nas campanhas eleitorais. Ele chegou a atropelar a comissão especial que debatia o tema na Câmara e forçou a votação no plenário. Assim como na pauta da maioridade penal, ele chegou a perder nos votos e mudar as regras para votar novamente e conseguir vencer.
- Fim dos direitos dos trabalhadores
Eduardo Cunha foi um dos grandes apoiadores do projeto de lei das terceirizações na Câmara e de iniciativas que retiram direitos básicos dos trabalhadores como o direito às férias e o seguro-desemprego.
- Ditadura Militar
O deputado Jair Bolsonaro é defensor da ideia de que as forças armadas assumam o comando do país e chegou ao absurdo de propor, na Câmara dos Deputados, uma sessão de homenagem aos 50 anos do golpe que instalou a ditadura no Brasil. É dele também a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que sugere que o ministro da defesa seja escolhido pelos Oficiais Generais das Forças Armadas.
- Defensor da Tortura
Bolsonaro já deixou claro em diversas ocasiões, dizendo abertamente, que se espelha nos coronéis torturadores. Seu último ato, que despertou fúria em toda a população, foi homenagear um torturador durante a votação pelo afastamento da Presidente da República. O torturador em questão, Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, foi um dos responsáveis pela tortura e violência sexual sofridas por mulheres que foram presas durante a ditadura militar.
- Homofobia e exclusão na educação
Assim como os deputados Eduardo Cunha e Marco Feliciano, Jair Bolsonaro foi um dos autores do projeto que pede a exclusão de todas as disposições que contenham ou façam referência às expressões de gênero, diversidade ou orientação sexual do texto do CONAE. É dele também o projeto que pede a sustação da Portaria que “institui o Comitê de Gênero, de caráter consultivo, no âmbito do Ministério da Educação”.
- Ódio aos LGBT
O deputado pediu a suspensão das resoluções que exigem a inclusão dos itens “orientação sexual”, “identidade de gênero” e “nome social” nos boletins de ocorrência policial no país; a sustação da Portaria que “institui o Comitê de Gênero, de caráter consultivo, no âmbito do Ministério da Educação”; e o cancelamento da resolução que garante direitos de condições de acesso e permanência de pessoas travestis e transexuais, bem como todas aquelas que tenham sua identidade de gênero não reconhecida em diferentes espaços sociais, nos sistemas e instituições de ensino, formulando orientações quanto ao reconhecimento institucional da identidade de gênero e sua operacionalização.
- Inimigo das Mulheres
Bolsonaro não tem nenhum pudor em fazer declarações abertas, expondo sua misoginia para quem quer ouvir. Entre suas frases mais famosas está o discurso de ódio feito dentro da Câmara dos Deputados contra a Deputada Maria do Rosário (PT-RS), em que diz que só não a estupra porque ela “não merece”. Ele disse ainda que as mulheres merecem receber menores salários porque engravidam. Com objetivos ainda não esclarecidos, ele entrou com pedido de explicações em relação a despesas decorrentes de Conferências Nacionais realizadas pelo Ministério de Estado das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
- Racismo
O deputado é declaradamente contra as cotas raciais nas universidades e disse que seus filhos não se casariam com pessoas negras porque foram “muito bem educados”.
- Retrocessos da Saúde
Pede a suspensão do Cadastro Nacional de Especialistas, que visa aprimorar o planejamento para formação médica e investimentos, visando sanar a falta de médicos com determinadas especialidades, como clínica geral, emergencista, entre outros.
